Perfil dos Ciclistas em Petrópolis

Perfil dos Ciclistas em Petrópolis

O que é o projeto Mapa do Ciclismo?

O projeto Censo dos Ciclistas de Petrópolis tem como objetivo traçar o perfil dos ciclistas da cidade, coletando informações importantes sobre seus hábitos e demandas suprimidas. Ao disponibilizar estes dados, será possível fomentar ainda mais o uso da bicicleta, seja como transporte ou lazer, orientando os órgãos públicos sobre projetos visando garantir mais segurança aos ciclistas ou ainda guiar comerciantes a respeito do comportamento de quem usa a bicicleta na cidade.

Quantos ciclistas participaram da pesquisa?

De forma voluntária, 373 ciclistas participaram da pesquisa respondendo ao formulário online (clique aqui para acessar) entre novembro de 2019 e setembro de 2020. Apesar de ser um número expressivo de ciclistas que foram alcançados e se dispuseram a participar da pesquisa, este número ainda é muito pequeno frente aos milhares ciclistas estimados pela Prefeitura de Petrópolis e de acordo com dados do Strava. As etapas de entrevista presencial em pontos estratégicos de todos os distritos, extremamente importantes para alcançar uma maior representatividade de ciclistas, precisou ser adiada devido à pandemia da COVID-19, mas será retomada assim que possível.

Atividade física sem limite de idade

Quase metade dos participantes (46%) possuem de 36 a 50 anos de idade e 21% possuem mais de 50 anos.

De acordo com a faixa etária, quase a metade dos participantes (46%) possui de 36 a 50 anos de idade, enquanto 21% possuem mais de 50 anos. Este resultado reforça que não há limite de idade para o uso da bicicleta; ao contrário, o ciclismo é uma atividade completa com baixo impacto, altamente indicada para todas as idades. Também é possível observar uma considerável faixa de população economicamente ativa que estaria, se não fosse seu hábito pela bicicleta, ocupando transporte público ou veículo motorizado individual. Segundo o ortopedista e médico do esporte, Caio Bretas, "o Ciclismo melhora o resultado do nosso nível de densidade óssea em uma fase importante em que o natural é a sua queda, além de melhorar o equilíbrio corporal em geral, fator importante nas pessoas de mais idade, propensas a quedas e fraturas".

O Ciclismo melhora o resultado do nosso nível de densidade óssea em uma fase importante em que o natural é a sua queda, além de melhorar o equilíbrio corporal em geral, fator importante nas pessoas de mais idade, propensas a quedas e fraturas. (Caio Bretas, ortopedista e médico do esporte)

Em cima de uma bicicleta vai uma vida

Mais de 60% dos participantes declararam ser casados ou estar em união estável, enquanto 55% declararam ter filhos. 

Ou seja, é uma atividade compatível com as atividades familiares, sendo muitas vezes o transporte realizado de forma solitária ou em família. Há muitos casos onde, sendo um meio de transporte, pais e mães utilizam a bicicleta para fazer várias atividades diárias, incluindo buscar ou deixar crianças em escolas, creches e casa de familiares. Muitas vezes ciclistas são quase invisíveis, principalmente quando estão no trânsito. No entanto, é importante que todos compreendam que, além de a bicicleta ser um veículo, o ciclista é um ser humano.

Graus de escolaridade e emprego formal variados

Ao total, são 39% de pessoas cuja renda representa de 0 a 3 salários mínimos que utilizam a bicicleta para suas atividades.

Com relação ao grau de escolaridade, a maioria (38%) possui ensino médio ou fundamental, o que possivelmente se encontra com as necessidades de camadas mais populares no uso de transporte cicloviário. Ainda, 31% declararam ter ensino superior completo, 22% possuem Pós-graduação latu sensu e 9% Mestrado ou Doutorado completo. 

Os participantes possuem diversas faixas de renda familiar: quase 29% possuem renda familiar de 1 a 3 salários mínimos e 20% possuem de 3 a 5 salários mínimos, enquanto 41% declararam renda familiar acima de 6 salários mínimos. Abaixo de 1 salário mínimo participaram aproximadamente 5% de participantes e, sem renda, somaram pouco mais de 4%.  

Ao total, são 39% de pessoas cuja renda representa de 0 a 3 salários mínimos que utilizam a bicicleta para suas atividades, demonstrando o caráter social, democrático e barato deste modo de transporte.

Solução viável para reduzir engarrafamentos

76% dos participantes, ou o equivalente a 283 ciclistas, levam menos de 30 minutos de sua residência ao Centro Histórico.

Quando questionados sobre o tempo médio que levariam de sua residência até o Centro de Petrópolis de bicicleta, 42% responderam que levariam menos de 15 minutos e 34% entre 15 e 30 minutos. Ou seja, 76% dos participantes, ou o equivalente a 283 pessoas, levam um tempo relativamente curto (possivelmente igual ou menor se comparado a um veículo motorizado, somando o trânsito e os desafios de espera ou de estacionamento) se escolhesse ir ao Centro de bicicleta. 

Ao incentivar a cultura da bicicleta e promover mais segurança no trânsito, há um grande potencial de aumento de pequenos deslocamentos de bicicleta, decisão esta que impactaria positivamente o trânsito intenso no Centro Histórico, reduzindo engarrafamentos, poluição do ar e sonora e evitando danos físicos ao patrimônio histórico pelo alto tráfego de veículos.

Alta adesão dos ciclistas aos itens de segurança

Mais de 90% dos ciclistas declararam utilizar capacete.

Com relação aos itens de segurança, mais de 90% dos ciclistas declararam utilizar capacete. Apesar de não ser item obrigatório de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é fortemente recomendado o uso de capacete como item de segurança, evitando lesões graves durante possível queda ou impacto acidental. Já a iluminação, item obrigatório de acordo com o CTB, é utilizada por mais de 70% dos participantes. Isso mostra que temos um público ciclista já consciente, facilitando a inserção dessa infraestrutura na cidade.

Mesmo sem malha cicloviária, quase metade utilizam a bicicleta como meio de transporte

75% declararam utilizar a bicicleta como transporte pelo menos 1 vez na semana. 

O perfil de utilização da bicicleta pelos participantes é bastante diverso: 80% declararam utilizar como lazer, 68% como esporte e 40% como transporte. Ainda, 152 ciclistas (40%) declararam utilizar a bicicleta como transporte 3 vezes na semana ou mais enquanto 25% declararam não utilizar como transporte. Este resultado demonstra que, apesar de não haver ainda ampla rede cicloviária na cidade, parcela significativa dos participantes já utilizam a bicicleta como meio de transporte, compartilhando as vias da cidade com veículos automotores.

Maioria dos ciclistas já foi ultrapassado por veículos automotores que não respeitaram distância de segurança 

88% dos participantes declararam que motoristas não respeitaram a distância de segurança ao ultrapassar o ciclista e 69% já vivenciaram as famosas "fechadas".

Quando questionados sobre experiências no trânsito que colocassem sua vida em risco, 88% dos participantes declararam que motoristas não respeitaram a distância de segurança ao ultrapassar o ciclista, 69% já vivenciaram as famosas "fechadas" e 55% dos ciclistas já precisaram se desviar de carro estacionado irregularmente. Ou seja, a maior parte dos ciclistas participantes já passaram por situações de risco aparentemente comuns e que poderiam ser evitadas. Além disso, todas as três situações principais são infrações de trânsito segundo o CTB. Esse quadro demonstra a necessidade de debate e provisão de infraestrutura adequada em cada lugar, bem como ações frequentes e bem planejadas de conscientização e, logicamente, fiscalização rigorosa.

Muitas subidas e clima desfavorável? Não! Ausência de ciclovias e ciclofaixas é maior dificultador 

86% alegaram a ausência de ciclovias/ciclofaixas  como principal fator que prejudica o uso da bicicleta como meio de transporte. 

Quando questionados sobre os fatores que prejudicam o uso da bicicleta como meio de transporte para seus deslocamentos diários, lideraram a ausência de ciclovias/ciclofaixas (86%) e falta de respeito dos motoristas de veículos automotores (67%). Como era de se esperar para uma cidade com baixo índice de criminalidade como Petrópolis, apenas 19% dos participantes declararam a falta de segurança (contra assaltos, por exemplo), como um dos fatores dificultadores.

23% dos participantes apontaram o clima como fator dificultador e apenas 7% dos participantes relataram as subidas como uma dificuldade real.

É bastante comum pessoas que não são ciclistas relatarem que Petrópolis é uma cidade extremamente difícil para o uso da bicicleta como transporte devido à sua topologia irregular e clima frio e chuvoso. Entretanto, 23% dos participantes (85) apontaram o clima como fator dificultador e apenas 7% dos participantes (28) relataram as subidas como uma dificuldade real. Ou seja, parece que o discurso das ladeiras e dos dias chuvosos não se configuram como algo determinante para os ciclistas que adotaram esse modo de deslocamento.

Medidas de incentivo ao uso de bicicletas adotadas no mundo inteiro são as mesmas necessárias em Petrópolis

A maior parte (86%) apontou a necessidade de maior infraestrutura cicloviária, como ciclofaixas e ciclovias.

Ao serem questionados sobre as medidas que seriam incentivo para a utilização da bicicleta como transporte com maior frequência, a maior parte (86%) apontou a necessidade de maior infraestrutura cicloviária, como ciclofaixas e ciclovias, 76% querem mais segurança no trânsito e 60% relatam a necessidade de locais seguros para deixar a bicicleta. Estes três fatores em conjunto correspondem às medidas básicas que necessariamente devem ser implementadas em conjunto em qualquer cidade que decida implantar um plano cicloviário adequado, não sendo diferente em Petrópolis.

Av. Barão do Rio Branco: reconhecimento de infraestrutura exclusiva de bicicleta que precisa de fiscalização e recuperação

91% dos participantes afirmaram saber que a Avenida Barão do Rio Branco possui faixa exclusiva para o trânsito de bicicletas.

Os fatores mais citados como dificultadores do uso da bicicleta na Av. Barão do Rio Branco são veículos invadindo a ciclofaixa (89%, correspondendo a 332 pessoas), estacionamento irregular na ciclofaixa (82%, ou 305 participantes) e veículos em alta velocidade (65%, ou 242 participantes). Todos estes três fatores já são amplamente conhecidos pelos petropolitanos. Entretanto, é importante destacar que estacionar ou transitar sobre ciclofaixas (ou ciclovias) são consideradas infrações grave e gravíssima de acordo com o CTB. 

Quando questionados sobre o conhecimento da diferença entre ciclofaixa e ciclovia, 86% disseram conhecê-la. Ainda, 91% dos participantes afirmaram saber que a Avenida Barão do Rio Branco possui faixa exclusiva para o trânsito de bicicletas, apesar da sinalização falha por falta de manutenção e ausência de tachões.

Dentre os participantes, 54% disseram utilizar a Avenida Barão do Rio Branco ao menos 1 vez por semana. Dos que não utilizam, 67% justificaram ser por não fazer parte do trajeto cotidiano, enquanto 33% relataram não se sentirem seguros. 

Bicicleta: meio de transporte viável em Petrópolis que necessita de incentivo

A bicicleta é um meio de transporte democrático, acessível e prático já utilizado por diversas camadas da sociedade.

Através destes resultados preliminares, se evidencia que a bicicleta é um meio de transporte democrático, acessível e utilizado por diversas camadas da sociedade com diferentes graus de escolaridade. Estes dados em conjunto reforçam a necessidade de recuperação e readequação da única infraestrutura dedicada ao trânsito de bicicletas em Petrópolis, além da ampliação da malha cicloviária através da implementação de novos trechos sinalizados e exclusivos quando necessário.

A pesquisa foi realizada através de divulgação nas redes sociais da Acipe e em grupos de ciclismo. As etapas de entrevista presencial em pontos estratégicos de todos os distritos será retomada assim que possível.

Aumente a representatividade do ciclista em Petrópolis: participe da pesquisa e ajude a divulgar! 

 

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